A vida é uma longa jornada e para iniciarmos a caminhada é preciso que estejamos preparados fisicamente e espiritualmente.
No princípio desta caminhada somos acumuladores por essência. Possuímos aquilo que nos é necessário, possuímos tudo aquilo que queremos ou podemos obter, ainda que não nos seja necessário ou tenha alguma utilidade prática em nosso cotidiano.
No decorrer da vida subimos uma enorme montanha, íngreme e de difícil acesso, “o Everest da vida”, motivo pelo qual, necessitamos de vários bens e objetos para que nos auxiliem e nos sirvam de provimento durante a jornada que tem início na nossa juventude.
Após o nosso amadurecimento, percebemos que já não necessitamos de tantos sacos, sacolas, bolsas, mochilas e objetos diversos, pois muitos daqueles que nos acompanhavam já não mais nos acompanham ou chegaram nos limites de suas caminhadas.
O caminho é um só, mas a chegada depende da vontade de Deus e como se caminha durante a jornada. A bíblia nos ensina que após os quarenta anos de caminhada no deserto, o povo de Deus se renovou. Assim também sejamos nós.
À medida que subimos nos desfazemos da pesada carga, pois já não somos mais provedores e sim, sobreviventes.
Percebe-se ainda, que à medida que subimos a montanha, a multidão que nos acompanha vai diminuindo, afinal, lá no alto os ventos são fortes e mais difícil do que chegar é permanecer no alto da montanha.
Nesta caminhada, nos transformamos, mudamos os pensamentos e a forma de agir de tal forma, que passamos a dar valor às coisas singelas; passamos a perceber o valor de um abraço e a força de um sorriso sincero.
Agora sabemos que o silêncio do deserto é uma prova e uma revelação. Agora sabemos por que os monges nos filmes habitam o alto da montanha e o porquê que para chegar até eles, o caminho é cheio de sofrimento e de aprendizado; afinal este é o preço que se paga para beber nas fontes da sabedoria alheia.
Quisera Deus que tivéssemos a confiança de Santa Teresa D’Ávila e de Santa Terezinha do Menino Jesus, para que possamos proferir sem medo “Só Deus basta!”.
Aos que se encontram próximos da chegada, lembramos as palavras do mestre Jesus “não temas”. Afinal o que temer se o céu é o nosso lar.
Amigos de que adianta os celeiros cheios, se a alma não estiver preparada. Não temas!
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